sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

MATÉRIA ESPECIAL:A PARADINHA É LEGÍTIMA OU NÃO?

UNS SÃO Á FAVOR,OUTROS CONTRA


Uma das grandes polêmicas do atual futebol brasileiro diz respeito à paradinha que os jogadores fazem na cobrança dos pênaltis. Os goleiros reclamam do exagero na finta, quando a paradinha passa a ser “paradona”; os batedores tendem a defender o recurso, e os árbitros ora permitem o artifício, ora mandam repetir a cobrança.
Silvia Regina de Oliveira, coordenadora da escola de árbitros da Federação Paulista de Futebol, explica que “de acordo com a regra de jogo, o ato de utilizar fintas na execução de um tiro penal para confundir os adversários faz parte do futebol e está permitido”. No entanto, há quem considere a paradinha uma atitude antidesportiva. “Ludibriar o adversário é uma coisa, desrespeitá-lo é bem diferente”, sublinha o ex-árbitro e professor da Unesp de Bauru, José Carlos Marques.
Inventada por Didi no final dos anos 1950, a paradinha foi imortalizada por Pelé na década seguinte. Na época, a paradinha resumia-se a retardar levemente o momento do chute, em plena corrida, sem que o cobrador parasse diante da bola. Isso já era suficiente para perturbar o goleiro. Com o tempo, o recurso foi caindo em desuso, até ressurgir há alguns anos. O árbitro Paulo César de Oliveira vê o procedimento como modismo. “Um jogador passa a fazer, tem grande destaque e os outros começam a repetir o gesto, desde as categorias de base até os principais jogos. No Brasil isso acontece muito”.
De acordo com o blog de Arnaldo Cézar Coelho, houve uma recomendação da Fifa sobre o assunto durante o curso preparatório para a arbitragem do Sul-Americano sub-20, realizado na Venezuela, entre janeiro e fevereiro deste ano. Da reunião com os instrutores da entidade resultou a seguinte determinação: os árbitros daquela competição deveriam permitir a paradinha na cobrança de pênalti, mas não validar a jogada se o atleta fizesse a finta após ter fixado o pé de apoio para chutar a bola. Ou seja, nas palavras de Sálvio Espínola, árbitro brasileiro que esteve no curso, “o limite para finta ocorre no momento em que o executor coloca o pé de apoio para fazer o chute”.
Em função da polêmica, a Invicto consultou jogadores, técnicos e árbitros para saber o que pensam da paradinha:
CONTRA - FÁBIO
Considero um absurdo as paradinhas como acontecem hoje, são muito acintosas. Se fosse como antigamente, não haveria problema. Mas da maneira que está é melhor tirar o goleiro e deixar o gol vazio.
Goleiro do Cruzeiro

A FAVOR - PEPE
Sou favorável. Não é um recurso desonesto nem ilícito. Para mim, ela deveria ser sacramentada.
Ex-jogador do Santos

CONTRA – JOSÉ CARLOS MARQUES
Eu acho que algumas paradinhas avançam o sinal e ficam no limite entre o ludibriar e o sacanear.
Ex-árbitro e professor da UNESP de Bauru

A FAVOR – PAULO CÉSAR DE OLIVEIRA
Sou a favor porque o pênalti tem de beneficiar o ataque e não a equipe que cometeu a penalidade. E também porque a regra permite. O mesmo vale para decisões por pênaltis. O benefício é para o batedor, desde que ele não passe o pé por cima da bola, por exemplo, porque isso é conduta antidesportiva.
Árbitro

CONTRA - PAULO CÉSAR CARPEGIANI
Do jeito que está, com os mais diversos tipos de paradinha, fica desonesto para o goleiro. No pênalti é muito comum que ocorra o gol, então não é necessário esse recurso, é uma covardia. Eu sou contra a paradinha do jeito que é hoje. Eu, particularmente, gostaria que ela voltasse ao que era antigamente.
Treinador

EM CIMA DO MURO – WASHINGTON
A paradinha é mais uma alternativa na hora dos pênaltis. Os goleiros acabam sofrendo mais, mas facilita o gol. Sou a favor de tudo o que está na regra, mas, dependendo do exagero da paradinha, eu acho errado fazer.
Atacante do São Paulo

FONTE:REVISTA INVICTO

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