O DIA DO BRASIL NAS OLIMPÍADAS: RESUMO DO QUE ACONTECEU HOJE
BRASIL DECEPCIONA NO VÔLEI,BASQUETE,JUDÔ E NATAÇÃO
MAS ANIMA NO FUTEBOL,BOXE E HANDEBOL
Hardy chega a irritar de tão pessimista. É aquela hiena do desenho animado Lippy e Hardy que fica sempre vaticinando que tudo há de dar errado. “Oh, céus, oh, vida, oh, azar”, diz ela o tempo todo. Fosse brasileira, ela terminaria esta quarta-feira lembrando que Tiago Camilo não ganhou medalha no judô, que Cesar Cielo não passou do sexto lugar nos 100m livre, que a seleção feminina de basquete perdeu mais uma, que as meninas do vôlei foram atropeladas pela Coreia do Sul. Pior: em mais um dia sem medalhas em Londres, avisaria: “E se Neymar for atropelado por um daqueles ônibus vermelhos? E se Cielo escorregar na beira da piscina na hora de largar pros 50m? E se Maurren Maggi tropeçar em um buraco quando for saltar?”. É uma pessimista incorrigível a hiena.
Pollyanna chega a irritar de tão otimista. É aquela personagem de um famoso livro infanto-juvenil (chamado justamente "Pollyanna"), escrito pela americana Eleanor H. Porter, que sempre vê o lado bom das coisas. Órfã, a menina brinca do chamado “jogo do contente”, ensinada por seu pai. A ideia consiste em sempre buscar, por pior que seja a situação, uma perspectiva positiva. Fosse brasileira, ela fecharia esta quarta-feira observando que a seleção masculina de futebol venceu, que as duplas de vôlei de praia seguem fortes, que oboxeador Robenílson Vieira de Jesus está a uma vitória do pódio. Questionada sobre os quatro dias seguidos sem medalhas, ela lembraria que muito está por vir, que temos Neymar, Cielo e Maurren, que ainda ouviremos muito o hino nacional.
No quinto dia de competições em Londres, o desempenho brasileiro coloca em discussão aquele velho papo do ponto de vista, do copo metade cheio ou metade vazio. Por exemplo: Sergio Sasaki. De duas, uma: ou o vemos como não mais do que o décimo colocado no individual geral de ginástica artística, ou o vemos como o primeiro brasileiro a chegar a uma final olímpica na disputa. É uma questão de ser Hardy ou ser Pollyanna, afinal.
Entre otimistas e pessimistas, o fato é que a delegação verde-amarela segue restrita às três medalhas conquistadas na sexta-feira. Com isso, caiu um pouco mais no quadro geral de conquistas. Está em 17º.
Copo metade cheio
Três jogos, três vitórias, três gols em cada um deles. A seleção brasileira encerrou bem sua participação na primeira fase do torneio masculino de futebol. Nesta quarta-feira, venceu a Nova Zelândia por 3 a 0, em jogo muito tranquilo. Danilo, Leandro Damião e Sandro fizeram os gols do duelo. As notas negativas foram a expulsão de Alex Sandro e o gol vivo desperdiçado por Neymar. Ele recebeu de Marcelo na área, livre, e mandou por cima. Depois da partida, o atacante disse que foi o gol mais perdido da carreira dele. Nas quartas de final, o adversário brasileiro será Honduras – sábado, em Newcastle.
O handebol também anima. A seleção feminina disputou sua terceira partida e alcançou sua terceira vitória na competição. Desta vez, a vítima foi a Grã-Bretanha, por 30 a 17. O Brasil, com duas rodadas de antecedência, está garantido nas quartas de final. Floresce a confiança por medalhas.
E o mesmo vale, em grau ainda maior, para o vôlei de praia. Juliana e Larissa seguem sem perder um set sequer nas Olimpíadasde Londres. Desta vez, fizeram 2 sets a 0 (21/12 e 21/18) sobre as tchecas Klapalova e Hajeckova. Ricardo e Pedro Cunha também mantiveram os 100% de aproveitamento ao bater Binstock e Reader, do Canadá, por 2 a 0 (21/18 e 24/22).
No boxe, Robenílson Vieira de Jesus também fez bonito. Venceu Sergey Vodopiyanov, da Rússia, e avançou às quartas de final entre os pesos-galos (até 56kg). O triunfo foi por 13 a 11. O brasileiro está a uma vitória do pódio. Ele volta ao ringue no domingo, contra o cubano Lázaro Alvarez.
Na natação, a boa notícia foi a classificação de Thiago Pereira para a final dos 200m medley. Ele já garantiu a prata nos 400m da categoria. Agora, encara gigantes como Michael Phelps e Ryan Lochte em busca de outro ouro.
Copo metade vazio
Foi uma pancada. A seleção feminina de vôlei fez quase nada em quadra e acabou engolida pela Coreia do Sul: 3 sets a 0, parciais de 25/23, 25/21 e 25/21. As atuais campeãs olímpicas perderam os dois últimos jogos que disputaram. Correm sério risco de sequer avançar para a próxima fase.
E o basquete feminino segue decepcionando. Desta vez, perdeu para a Austrália por 67 a 61. Foi a terceira derrota em três jogos. A classificação para a próxima fase está seriamente ameaçada. Não por acaso, as atletas caíram no choro depois de mais um insucesso. É preciso vencer Canadá e Grã-Bretanha para se classificar e possivelmente pegar os Estados Unidos nas quartas de final. É a crônica de uma morte anunciada.
No judô, Tiago Camilo foi longe, mas não o bastante para chegar ao pódio. Ele terminou em quarto na categoria médio. Perdeu nas semifinais para o sul-coreano Song Dae-Nam e depois foi derrotado na disputa do bronze pelo grego Ilias Iliadis. Maria Portela, também da categoria médio, caiu já na primeira luta - levou wazari e ippon da colombiana Yuri Alvear.
A natação deixou o gosto de medalha nos brasileiros, mas Cesar Cielo não conseguiu ficar entre os três melhores na final dos 100m livre. Viu o americano Nathan Adrian vencer a prova, com o australiano James Magnussen em segundo e o canadense Brent Hayden em terceiro. Cielo virou na liderança nos primeiros 50m, mas não conseguiu manter o ritmo.
Outros três brasileiros foram eliminados precocemente nas piscinas. Leonardo de Deus caiu nas semifinais dos 200m costas, Daynara de Paula parou na primeira fase dos 100m borboleta e Henrique Rodrigues não conseguiu vaga na final dos 200m medley.
Na vela, em dia sem regata para Robert Scheidt e Bruno Prada, os brasileiros foram discretos. Ricardo Winicki, o Bimba, não manteve o ritmo da primeira prova do dia e terminou as disputas desta quarta na 12ª colocação geral, com 52 pontos perdidos. Bruno Fortes, na classe Star, teve um décimo e um 27º lugares e caiu dois postos na classificação – é o 13º agora. Adriana Kostiw manteve 21º lugar na Radial, e Patrícia Freitas é a 13ª na RS-X.
Uma questão de espírito esportivo
A falta de espírito esportivo fez quatro duplas de badminton serem afastadas dos Jogos Olímpicos nesta quarta-feira. As chinesas Wang Xiaoli e Yu Yang, as indonésias Greysia Polii e Meiliana Jauhari, e as sul-coreanas Jung Kyung-eun, Kim Ha-na, Ha Jung-eun e Kim Min Jung foram acusadas de fazer corpo mole para perder suas partidas e, assim, ter um caminho mais fácil nas fases seguintes. A repercussão foi muito negativa, e a Federação Internacional de Badminton decidiu punir as atletas.
Decisão oposta acontece na esgrima. Dirigentes da federação que comanda o esporte querem entregar uma medalha especial à sul-coreana Shin A Lam, que na segunda-feira causou comoção ao cair no choro depois de se sentir injustiçada por uma decisão da arbitragem. Ela esperou sentada, durante uma hora, o parecer sobre a apelação de seu treinador contra o resultado da semifinal diante da alemã Britta Heidemann. Mas ficou sem a vaga mesmo assim. E já avisou: não quer saber de medalha como homenagem.
Para os donos da casa, o dia foi especial. O ciclista Bradley Wiggins alcançou o posto de britânico com mais medalhas na história das Olimpíadas ao conquistar o ouro na prova do contrarrelógio em Londres. Com sete pódios nos Jogos, ele superou o remador Steve Redgrave, que tem seis medalhas.
Alegria para uns, dor para outros. O sul-coreano Jaehyouk Sa, de 27 anos, protagonizou a pior cena da quarta-feira ao quebrar seu braço direito na tentativa de erguer 158kg no levantamento de peso. Ele caiu gritando no chão e logo foi atendido. Doeu só de ver...
Marcadores: ESPORTES, INGLATERRA, LONDRES, OLIMPÍADAS, RESUMO DO DIA, SELEÇÃO BRASILEIRA
0 Comentários:
Postar um comentário
Assinar Postar comentários [Atom]
<< Página inicial