domingo, 26 de julho de 2009

MUNDIAL DE NATAÇÃO: CÉSAR CIELO VENCE MICHAEL PHELPS,MAS BRASIL É 4º

Cielo brilha na abertura do revezamento, mas EUA reagem e ficam com o ouro

Brasileiros caem para o quarto lugar. Rússia, mesmo nadando na raia 8, surpreende e leva a prata. França decepciona e se contenta com o bronze

Pela manhã, Michael Phelps foi um peixe – literalmente – fora d’água. O americano não participou das eliminatórias do revezamento 4x100m livre e poupou esforços para a final. Não adiantou muito. O fenômeno foi atropelado por César Cielo na primeira parcial e, durante um quarto da decisão, o Brasil sonhou com a medalha de ouro. O sonho foi ficando pelo caminho quando os companheiros de Phelps salvaram sua pele e colocaram os Estados Unidos no alto do pódio, fazendo o hino americano soar pela primeira vez no Foro Itálico de Roma.
Com o tempo de 3m09s21, os Estados Unidos conquistaram seu primeiro ouro no Mundial de Esportes Aquáticos. Méritos para Ryan Lochte, Mattew Grevers e principalmente Nathan Adrian. Eles compensaram a prova decepcionante de Phelps, que entregou os primeiros 100m em terceiro lugar, com a parcial decepcionante de 47s78.
As chances de medalha do Brasil foram por água abaixo por causa dos russos, que roubaram a cena e, mesmo competindo na raia 8, arrancaram a medalha de prata (3ms09s52). Favorita para o ouro, a França decepcionou e chegou em terceiro, com 3m09s89.
Com uma equipe renovada, o Brasil não contava com a arrancada russa, mas deixou a piscina com a sensação do dever cumprido e o tempo de 3m10s80. Cielo teve um ótimo início de Mundial, mas preferiu não exaltar sua marca.
- Não estou preocupado com o que eu fiz. Não tem essa de Phelps, de Bernard. A gente fez o que tinha que fazer, baixou o tempo de hoje cedo, mas a Rússia surpreendeu. Este é o Mundial, não importa a raia em que você está. A Rússia nadou melhor hoje à noite, mas estou feliz - avaliou Cielo, que só volta à piscina na quarta-feira, para os 100m livre.
Nicolas Oliveira também ficou satisfeito com o rendimento da equipe, mas lamentou ter ficado fora do pódio.
- Em primeiro lugar, fica a sensação de dever cumprido, baixamos quatro segundos do nosso melhor tempo. Mas é lógico que ninguém gosta de bater na trave - afirmou.
Poupado das eliminatórias, Michael Phelps entrou no Foro Itálico sobre aplausos da torcida. Com a fisionomia fechada, ele mantinha a tradição de ouvir música nos fones até o momento de tirar o agasalho. Quando pulou na água, a decepção. O americano ficou para trás, e quem disparou na frente foi Cielo. O brasileiro cumpriu seu papel em 47s09 - novo recorde sul-americano - e entregou para Nicolas Oliveira com o Brasil em primeiro. Na segunda perna, Alain Bernard brilhou com 46s46 e colocou os franceses na liderança. O favoritismo parecia a caminho de se concretizar. Nicolas nadou em 47s39 e ainda mantinha o Brasil na disputa do bronze, mas foi aí que surgiu a Rússia, com Andrey Grechin, que entregou para Danila Izotov. Na raia 8, a equipe disparou rumo à prata.
Os companheiros de Phelps cumpriram a missão de recolocar os americanos na liderança, graças principalmente a Nathan Adrian, que fechou a prova em 46s79. Os russos bateram em segundo com Alexander Sukhorukov, e os franceses garantiram um bronze de sabor amargo com Frederick Bousquet. Fernando Silva ainda tentou colocar o Brasil no pódio, mas os 48s17 não foram suficientes. Poucos minutos após a prova, o hino dos Estados Unidos soou pela primeira vez no Foro Itálico. Os americanos ainda não tinham subido no degrau mais alto do pódio nas outras modalidades. Phelps economizou no sorriso, talvez consciente de que não foi a estrela da conquista, com o pior tempo da equipe americana. Quem sabe o cenário não muda na segunda-feira, quando a expectativa é de que ele comece a reinar absoluto nos 200m borboleta.

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